domingo, 10 de julho de 2011

Testemunho do Jonatan

Nosso colaborador Thiago Puccini, postou em seu blog recentemente um comovente testemunho de um jovem chamado Jonatan. Ele experimentou os perigos que a vida de um adolescente oferece, mas, sua história teve um final feliz: Jonatan se livrou de todas as tentações depois que viu em Cristo um caminho para a Salvação. Veja abaixo o belo testemunho desse rapaz que é um exemplo para todos nós.


''Quando o Thiago me pediu que escrevesse um testemunho sobre minha experiência com as drogas e a bebida e como Jesus Cristo me libertou, pensei em como isso era importante. Como a responsabilidade era grande. “Que palavras escolher?”, pensei ansioso.
Bom, agora que estou aqui sentado em frente ao computador pensando em como começar, me vem um sentimento de gratidão. Porque só agora consigo enxergar a plenitude de tudo o que me aconteceu, consigo enxergar verdadeiramente como Jesus é fiel, até quando não merecemos.
Então, a melhor maneira de começar isso é: Obrigado Papai, obrigado por ter me escolhido, me salvo e me libertado de um mundo de mentiras, dor e sofrimento.
Vamos começar.
Sempre fui uma criança de extremos (e fui também enquanto adolescente e sou um pouco hoje em dia, mas com muito mais controle). E digo isso para que entendam o quanto essa característica pode afetar alguém.
Quando comecei a sair e a conhecer o mundo que eu achava que me acolheria, não tinha a mínima ideia do que enfrentaria por querer ser independente.
Quando criança, sempre ia à Igreja. Mais por imposição da minha mãe do que por verdadeiramente querer.  Mas logo que eu comecei a crescer e fui impondo minha vontade sobre a dos meus pais, fui enveredando por caminhos obscuros. Aos 15 anos, eu comecei a fumar e a praticar a homossexualidade. De fumar para beber, foi um pulo. Logo, nem me reconhecia mais. Por ter uma auto-estima baixa e por querer me provar, eu me forçava a fazer as coisas mais absurdas para chamar a atenção e ser reconhecido pelo meio em que eu vivia. Praticava o pecado sexual sem nenhum pudor ou vergonha e não me importava com ninguém. Eu tinha aquela convicção tola de adolescente que eu sabia tudo e que eu tinha razão, e que ninguém me entendia. Achava que eu poderia seguir o caminho que quisesse. É aquela idade onde não podemos enxergar que nossas escolhas tem consequências, porque achamos que tudo é eterno e que nunca mudaremos. Ainda bem que eu estava errado.
Claro que, depois que eu havia conseguido me “libertar” de qualquer imposição sobre meu comportamento e meu modo de ser imposto pelos meus pais, eu sentia uma liberdade enorme (falsa liberdade, porque eu havia escolhido o caminho da escuridão me alojado na cadeia do pecado). Sentia que era dono do mundo e poderia fazer o que quisesse.
Nunca desrespeitei meus pais e sempre tentei ser um bom filho, mas meus preceitos estavam tão errados quantos minhas intenções.  Mas fui percebendo que, mesmo depois de ter supostamente me libertado, nunca estava satisfeito. Sempre tinha algo ruim acontecendo ou eu sempre sentia que faltava algo. Eu saía para baladas, saía com vários, fazia e desfazia e mesmo assim, quando eu voltava para casa, sentia-me sozinho. Sempre sentia uma solidão e um sentimento de perda enorme. Uma tristeza que não consigo explicar.
Mesmo demonstrando alegria e vontade de fazer tudo que eu fazia de errado, lá dentro, no meu coração, eu era infeliz. Tive uma adolescência conturbada, cheia de medos, autopunição, angústias e dores. Quando criança, eu sempre fui gordinho. E continuei sendo até meus 16 para 17 anos. Era alvo de brincadeiras e sarros por parte do mundo em que eu vivia, onde a aparência é sempre tão valorizada. Nunca estava satisfeito com o meu corpo e minha aparência. Desenvolvi problemas alimentares, como anorexia e bulemia.
Depois, ao passo em que fui crescendo, fui mudando e mudando. Minhas experiências fizeram-me frio e eu não acreditava muito no amor, nem no relacionamento. Para ser sincero, nem conhecia o real significado do amor. Achava que o amor era uma coisa que me traria prazer, apoio e felicidade. Mas, como somos egoístas por natureza, não conseguia enxergar que eu estava apenas tentando me consolar e suprir minha imensa carência afetiva da forma errada. O amor, na verdade, é doação. É resignação. É entrega. Eu, porém, era muito novo para entender isso.
No final de 2008, comecei a usar drogas. No início, era esporádico. Só usava quando saia. Bebia muito e fumava incontáveis cigarros e, depois, voltava para minha casa, pior do que havia saído, mais triste e sozinho do que nunca. Mas sempre tinha ânimo para mais uma vez. Porque eu usava as adversidades da minha vida como uma desculpa para errar. E, pior de tudo, depois eu ainda me consolava no dito popular, mais sábio, “Errar é humano”. Ou, pior ainda, me fazia de vítima.
Não conseguia entender que cada ato traria uma consequência. Eu me afundava mais e mais num vício que estava me destruindo para chamar a atenção de qualquer um que eu achava que podia suprir minhas carências afetivas e meus sentimentos mais resolvidos.
O ano de 2009 foi intenso de muitas maneiras. Passei por muitas experiências ruins por conta da droga, conheci muitas pessoas, magoei pessoas das quais eu gostava muito, incluindo minha mãe e meu pai. Eu não conseguia ver mais nada com clareza e não me importava mais comigo. No meio do ano, fiquei um tempo sóbrio e bem. Mais ou menos 1 mês depois, fui engolfado novamente pela depressão. E a descida para o fundo do poço foi uma queda livre. 
Sentia tanto ódio e rancor que chegava a me dar falta de ar. Não conseguia ver alegria em nada. Meus momentos de felicidade se baseavam na próxima dose de cocaína que eu ia cheirar. Eu insistia em colocar a culpa dos meus problemas nos ombros das outras pessoas e insistia tolamente em esperar o apoio de outros, quando na verdade ele deveria vir de mim. Eu estava dependendo emocionalmente de outras pessoas e isso jamais será uma coisa boa. No começo de 2010, eu usava cocaína todos os dias.
Então, no auge do meu desespero, triste e mais sozinho do que nunca, eu tentei me matar. Foi um ato frio, calculado e sem sentimento. Eu já nem sentia mais nada. Estava tão cansado de lutar contra meu vícios, que até sentir, qualquer coisa que fosse, havia ficado enfadonho para mim. Eu não queria mais meu corpo, minha vida e nem nada que tivesse relação comigo. Evidentemente, isso era impossível. Eu teria que lidar comigo, uma hora ou outra.
A hora chegaria exatamente depois de minha tentativa de me matar. Na noite em que isso aconteceu, eu cheguei em casa muito dopado e mal. O vazio ainda me consumia e eu dei vazão a voz que eu ficava dizendo na minha cabeça que eu deveria fazer o que eu estava pensando. Fui até a cozinha, peguei uma faca e comecei a “serrar” meu pulso. Fiz vários cortes, golpeei-me de várias maneiras.
Mas mal sabia eu, que ali, mesmo naquele poço fundo, Jesus Cristo estava comigo. Chorando ao meu lado, sentindo a minha dor.
É estranho, mas penso naquele dia como um marco para mim de muitas formas. Sinto que naquela noite, eu morri mesmo. Morreu um velho Jonatan que era triste e sozinho e, a partir daquele dia, minha escalada para a mudança começou. Aquele dia foi o último que usei drogas e, para a glória de Deus, estou limpo e sóbrio desde então. Tanto de drogas, quanto de bebidas.
Sai do meu emprego. Depois, fiquei em casa, quase sem sair do quarto. Remoía sentimentos passados, angústia, mágoas e arrependimentos. Pensava em como as coisas estavam, pensava na bagunça que a minha vida tinha se tornado. Fui ao psiquiatra e durante um mês, tomei um remédio controlado. Depois que o remédo acabou, nunca mais fui para um psicólogo e nem psiquiatra, porque ai, eu conheci o melhor remédio de todos: Jesus.
Comecei a ir à igreja e, aos poucos, fui largando hábitos, como fumar. Sobre a homossexualidade, devo que foi mais difícil. Eu sempre achei que era o que eu era. Achava que não tinha escolha, era essa a forma que seria. Eu nunca havia meditado que isso era uma escolha. Muitos podem dizer, “Mas eu nasci assim”, “Eu não escolhi ser assim”.  Mas, afinal de contas, você escolhe ou não escolhe ficar com um homem? Escolhe ou não escolhe ter relação com ele?  O que você diz é o que você sente, ou é algo simplesmente carnal?
Eu não espero que as pessoas pensem da mesma forma que eu, ou acreditem no que eu digo, porque tenho certeza que muitos vão dizer, como eu já disse antes: “Ninguém deixa de ser gay”. Não, ninguém deixa mesmo. Mas as pessoas deixam de praticar atos homossexuais e, a partir disso, Deus vai guiando e mostrando a verdade, vai ajudando-o a caminhar na estrada certa para salvação. Essa é a forma que Deus escolheu para tratar comigo, essa é a forma que Ele usou as minhas escolhas para mostrar que o único caminho para a felicidade é Jesus.
Existe uma citação na bíblia da qual gosto muito e é esta aqui:
Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me.
Porque qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas, qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará.
Pois, que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma?
Ou, que daria o homem pelo resgate da sua alma?
Marcos 8:34-37.
Essa citação rebate qualquer argumento que alguém possa usar com relação a isso. Mesmo que, na sua cabeça, como na minha persistiu por muito tempo, você tenha a ideia que de Deus somente te amará depois que você mudar como está agora, saiba que Ele te ama desde sempre. Desde o ventre da sua mãe, Ele sabe exatamente como você é, suas falhas, suas dificuldades. É necessário, porém, aceitar as implicações de segui-Lo e fazer dessa jornada no caminho com Ele a experiência mais incrível da sua vida. Você terá que lutar contra muitas tentações, contra muitas pessoas que serão contra a sua escolha, contra seus próprios desejos para tomar a sua cruz, negar a si mesmo e viver Nele e para Ele.
E não pense que é fácil, porque não é. Seguir a Jesus é um ato de coragem. Você sofrerá tentações, como eu sofro e todos os que seguem a Cristo sofrem, mas tenha certeza que nunca você será alvo de uma tentação que não possa controlar nem lutar contra, porque Jesus nunca dará fardo maior que a sua capacidade de suportá-lo. Seguir a Cristo é um ato de amor, que é preciso ser renovado a cada dia, para que nunca esqueçamos do Seu sacrifício na cruz.
Quando não O conhecemos, achamos que Jesus é um Deus inatingível, um Rei que nunca poderá ser tocado. Muitos, infelizmente, o difamam e o julgam um mito. Na verdade, a grandeza de Jesus reside no fato de Ele ter vindo a Terra, como um homem pobre, para nos mostrar como devemos ser e para deixar a mensagem mais linda e verdadeira de todas: “Amai a Deus sobre todas as coisas e amai o próximo como a ti mesmo”. Tudo o que Ele veio ensinar foi a amar.
Aos poucos, Jesus transformou minha casa, minha vida, meu mundo e me deu a felicidade que aquele adolescente de anos atrás acreditava não existir. Só depois de tanto tempo, é que entendo realmente que a misericórdia e o amor de Deus não tem fim. E ele me ama exatamente como eu sou.
Hoje, sempre quando oro, agradeço a Deus por ter me salvo. Hoje, tenho um emprego, não tenho vícios, canto no grupo de louvor da minha Igreja e sou muito feliz. Minha família é feliz e minha casa é um lugar cheio de paz e da presença Dele. Mesmo que ás vezes eu me sinta cansado, Jesus vem e me levanta, exatamente com Ele fez quando eu estava acabado.
Hoje, eu reconheço também o amor tão grande da minha mãe, do meu pai e dos meus irmãos e sobrinhos, hoje eu dou um imenso valor à família maravilhosa que Deus me deu de presente. Aprendi a respeitar mais, aprendi a amar de verdade, aprendi que Jesus transforma tudo.
Se alguém um dia disser a você que não há mais jeito e que você não vai conseguir, ore por essa pessoa e a perdoe de todo o coração. Perdoar é o caminho para o amor de verdade. Perdoe. Afinal, Jesus perdoa a quem Ele ama, se o arrependimento for genuíno, por que você não poderia perdoar?
Dê uma chance para Jesus te mostrar o que o amor verdadeiro não tem barreiras e nem desculpas, ele existe e se sustenta por si só.
Obrigado a todos que leram, a paz do Senhor a todos!''
               


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